Expansão do Mundial de Clubes da FIFA provoca litígios e levanta debate sobre saúde dos atletas

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Expansão do Mundial de Clubes da FIFA provoca litígios e levanta debate sobre saúde dos atletas

A decisão da FIFA de ampliar o Mundial de Clubes para 32 equipes a partir de 2025, com sede nos Estados Unidos, está gerando controvérsia no mundo jurídico-esportivo. Representantes de ligas e sindicatos de jogadores, como a FIFPRO e o World Leagues Forum, vêm alertando sobre o impacto dessa medida no bem-estar dos atletas, na organização dos calendários nacionais e nos limites contratuais de desempenho físico.

O principal argumento das entidades contrárias ao novo formato é o excesso de jogos em curto espaço de tempo, que compromete a integridade física dos jogadores e viola princípios de proteção à saúde consagrados em normas internacionais de Direito do Trabalho e em convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Estão em andamento ações legais e arbitragens envolvendo clubes e federações.

Além disso, uma decisão do Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) excluiu o clube mexicano León do torneio, após recurso do Alajuelense, da Costa Rica, que alegou conflito com regras de propriedade multiclubes, tema sensível e ainda pouco regulado. O caso abriu precedente para disputas jurídicas envolvendo SAFs e investidores internacionais com participação em múltiplas agremiações.

Outro ponto polêmico foi a inclusão do Inter Miami CF, de Lionel Messi, mediante convite direto da FIFA, sem critérios públicos de classificação. Tal decisão foi criticada por advogados desportivos e ex-dirigentes da UEFA por ferir princípios de isonomia e transparência administrativa no esporte.

Esse cenário coloca o Direito Desportivo em evidência, principalmente em temas como governança internacional, contratos de cessão de atletas, e respostas judiciais à sobrecarga esportiva. A tendência é que novos regulamentos da FIFA e intervenções de cortes arbitrais moldem a jurisprudência desportiva internacional nos próximos anos.